quinta-feira, 30 de abril de 2009

Atividade 8 - Proposição de temas

Com o título “Células-tronco: a raiz da polêmica clonagem”, a minha proposta é discutir os mitos e as crenças que rondeiam o assunto.

Para discutir a viabilidade e a ética envolvendo células-tronco e, de forma mais ampla, a clonagem, o melhor tipo de texto é o ensaio acadêmico. Tal escolha se deve ao fato do ensaio permitir uma discussão conceitual entremeada de opiniões pessoais, ainda que cientificamente embasadas.

Para contextualizar, é necessário fazer uma introdução sobre as células-tronco: o que são; como se trabalha com elas; o que já é possível, o que ainda não é e o que nunca vai ser; quais os principais problemas; quais as críticas e o porquê de tanta polêmica e, por fim, a relação delas com a clonagem.
Após apresentar as críticas e os motivos de polêmica, o texto é desenvolvido usando os argumentos científicos para derrubar as críticas, ou mesmo comprová-las.

A bibliografia para conceituar células-tronco na introdução deve ser técnica e credível. Livros-texto de biologia celular, genética e embriologia são boas indicações, mas como as pesquisas nessa área avançam vertiginosamente, tais livros podem estar desatualizados. Para informações mais recentes e acuradas, artigos científicos publicados em periódicos como “Cloning and Stem Cells”, “Stem Cells”, “Stem Cells Week” e “Stem Cells and Development” são os mais indicados.
A polemicidade e as críticas envolvendo o assunto podem ser consultadas na internet, em websites dos mais diversos tipos. Uma vez apresentados os principais mitos, estes podem ser derrubados, ou confirmados, com auxílio da bibliografia técnica citada anteriormente.

Figuras esquemáticas de cultura de células-tronco e clonagem são boas ilustrações para conceitos técnicos. Charges são um ótimo material para representar as crenças populares e os mitos. Não estou colocando nenhuma figura ainda por problemas de direitos autorais.

sábado, 25 de abril de 2009

Atividade 7 - Debate em grupos de discussão

Ao longo desta curta semana, a discussão rodou em torno da ética na ciência, tema baseado no texto “Considerações sobre a Neutralidade da Ciência”.

Foi interessante ver os principais dilemas éticos nas diversas profissões:
- o problema da pirataria na computação;
- a maquiagem dos dados na estatística;
- o dilema de se ensinar LIBRAS versus oralizar crianças surdas/parcialmente surdas na fonoaudiologia;
- o mau uso de tecnologias “bombásticas” (perdão pelo trocadilho) na física;
- problemas ambientais e de energia na química...

É uma pena que nem todos tenham conseguido participar e enriquecer o debate com temas de suas áreas.

Como deixei claro ao longo do debate, muito me interessam os temas da minha área.
Discussões sobre clonagem, envolvendo embriões e células-tronco, sempre rendem bons debates e argumentações.
Também gosto bastante da discussão sobre a ética dos achados de Mengele, e a comparação com a ética em pesquisas com humanos hoje em dia.

sábado, 18 de abril de 2009

Atividade 6.2 - Construção de Argumentos sobre "Considerações Sobre a Neutralidade da Ciência"

Novamente, como RA ímpar, devo argumentar contra a imparcialidade da ciência. Contra, ao menos, o critério de que ela deve ser sempre imparcial.

É importante ressaltar que esse texto não representa, necessariamente, aquilo em que acredito. Trata-se apenas de um exercício de argumentação.


A ciência deve ser imparcial, mas não o é. Ao menos não integralmente, pois os cientistas são humanos. Mas deve se sempre buscar a imparcialidade... Deve-se mesmo? Imparcial, segundo o Houaiss, é “que julga sem paixão”. Agora questiono: o que faz um esportista ou um músico bons em suas atividades? Não seria justamente a paixão pelo que fazem?

Mas um cientista tem paixão pelo que faz, você dirá. Sim, ponto pra você. Mas ele tem paixão pela ciência, pelo desconhecido, pela descoberta. O cientista que tem um envolvimento emocional com seu objeto de pesquisa – seja porque aquela máquina lhe trará benefício pessoal, ou porque sua filha poderá ser curada por aquele tratamento – busca o resultado com mais afinco, não se deixa desanimar com fatores negativos no meio do caminho. Pode inclusive buscar saídas pouco usuais e um tanto arriscadas.

Não defendo, de forma alguma, comportamentos antiéticos, irresponsáveis. Não digo que os fins justificam os meios. Mas creio que a imparcialidade pode transformar os cientistas em máquinas e tirar toda a beleza, a criatividade, e mesmo a eficiência, de diversas pesquisas. É preciso que o cientista tenha vínculo emocional com sua pesquisa. Que a ame, respire-a no seu dia-a-dia. Ele deve, sim, conseguir prová-la, argumentá-la com a comunidade científica. Valores cognitivos, imparciais, são necessários para isso. Portanto, ao apresentar os resultados, a imparcialidade deve prevalecer. Mas deixar seu toque pessoal, parcial naquela pesquisa que tanto ama, não é algo condenável. É preciso saber apenas dosar. Quando acaba a parcialidade e deve imperar a imparcialidade?

Atividade 6.1 - Construção de Argumentos sobre "Variações Sobre Arte e Ciência"

Uma das questões levantadas no texto “Variações sobre Arte e Ciência” é a especialização das áreas e o engessamento das suas subdivisões. Como meu RA é ímpar (024865), desenvolverei uma linha de argumentação contra essa rigidez nas subdivisões.

É importante ressaltar que esse texto não representa, necessariamente, aquilo em que acredito. Trata-se apenas de um exercício de argumentação.


Especializar-se, segundo o dicionário Houaiss é “diminuir seu âmbito de atuação, aumentando a profundidade com que trata seu objeto”. É importante especializar-se, conhecer seu objeto de trabalho a fundo em seus mínimos detalhes. E é algo muito freqüente na ciência. O cientista continua seus estudos sendo cada vez mais estrito e focado, cada vez mais especializado.

Uma das demonstrações do aumento na especialização são os novos cursos universitários que abrem a cada ano. A área de Engenharia apresenta cada vez mais subdivisões. Áreas da Biologia, como Ecologia e Biotecnologia, hoje são cursos de graduação completamente desvinculados. Ao mesmo tempo, esses profissionais serão excelentes tecnicamente naquilo que se especializaram, mas podem ter bastante dificuldade para gerenciar uma equipe, para resolver problemas que saiam um pouco do escopo de sua especialidade.

É importante salientar que a especialização por si só não é algo negativo, mas o uso que se faz dela o é. Um especialista que sabe reconhecer suas limitações e buscar ajuda; que sabe se associar a outros especialistas em busca de um melhor resultado faz bom uso das especialidades. E o resultado dessas associações são equipes multidisciplinares, cada vez mais importantes no cenário atual cheio de especialistas.

São justamente estas equipes que quebram as fronteiras entre as especialidades. Este trabalho conjunto de profissionais de diversas áreas, cada um cobrindo aspectos de sua área de especialização, atinge um resultado mais amplo, mais completo, mais abrangente. É de profissionais assim, sem preconceitos contra outras áreas e outras especialidades que são necessários hoje em dia, pra garantir que o conhecimento possa ser bem aplicado à sociedade.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Atividade 6 - Comentários nos trabalhos dos colegas sobre os textos base

As duas questões levantadas por mim sobre o texto “Variações sobre Arte e Ciência” foram semelhantes às questões levantadas pela Gabi Bosshard e, uma delas, foi bem próxima de uma das levantadas pelo Hugo.

Também identifiquei, no texto “Considerações sobre a Neutralidade da Ciência”, outra questão semelhante à de Gabi Bosshard, que também foi levantada por Lícia Costa.

sábado, 11 de abril de 2009

Atividade 5.2 - Considerações Sobre a Neutralidade da Ciência

Título: "Considerações sobre a Neutralidade da Ciência"

Autor e filiação institucional: "Marcos Barbosa de Oliveira, professor associado na Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo."

Palavras-chave (e Keywords): "Ciência; tecnologia; neutralidade; relativismo; imparcialidade; Lacey."

Resumo (e Abstract): "O texto apresenta uma discussão da tese da neutralidade da ciência, tomando como ponto de partida algumas formulações dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A neutralidade é analisada em três componentes: a imparcialidade, a neutralidade aplicada e a neutralidade cognitiva. Procura-se mostrar que, para não se cair no relativismo, a imparcialidade deve ser mantida, mas a neutralidade aplicada não se sustenta, nem como fato nem como valor."

Desenvolvimento: Este texto também se apresenta corrido, sem uma separação de introdução do tema, nem de subdivisões em capítulos ou setores ao longo de seu desenvolvimento.

Referências bibliográficas: Foram utilizadas sete referências, sendo alguns trechos citados na íntegra.


Uma das questões acadêmicas abordadas se refere aos Parâmetros Curriculares Nacionais, ao ressaltar que existem aspectos negativos a seu respeito – que são freqüentemente discutidos – mas que o texto em questão foca os aspectos positivos no que se refere à ciência. O autor diz que a visão dos PCN é inclusive moderna, ao dizer que não se podem criar cidadãos críticos que não entendam de ciência, e que os cientistas não podem esquecer-se da ética e da contribuição para a sociedade.

Outra questão abordada se refere à definição de um dos temas centrais do texto, a imparcialidade. Segundo o autor, o uso de valores cognitivos – adequação empírica, consistência lógica, poder explicativo, simplicidade, etc. – na seleção de teorias é o que se pode chamar de imparcialidade. É interessante o paralelo feito entre a tese normativa (a ciência deve ser imparcial) e a tese factual (a ciência é imparcial) e a sua comparação com o mandamento “não matarás”. Apesar do descumprimento da norma, ela ainda deve ser vista como o ponto a ser almejado, o objetivo final.

Atividade 5.1 - Variações Sobre Arte e Ciência

Título: "Variações Sobre Arte e Ciência"

Autor e filiação institucional: "Octávio Ianni, professor-emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo."

Palavras-chave (e Keywords): "Ciência e arte; Verdade social e representação artística; Linguagens; Narrativas; Sociologia do pensamento."

Resumo (e Abstract): "O texto propõe aproximações entre ciência e arte por meio de contrastes e semelhanças reconhecíveis nessas modalidades discursivas de conhecimento, como linguagens e narrativas singulares, dotadas de características próprias, mas que freqüentemente se valem de procedimentos e recursos alheios. Busca salientar tanto os usos de recursos ficcionais pelos textos científicos, como o contrário, as valências cognitivas e mesmo a reconstrução complexa de experiências sociais pelos textos literários, articulados por uma ambição estética."

Desenvolvimento: O texto se apresenta corrido sem uma separação de introdução do tema, nem de subdivisões em capítulos ou setores ao longo de seu desenvolvimento. Apesar de não apresentar outros elementos comuns e característicos aos textos científicos, o texto em questão não está em desacordo com o que geralmente é feito na área de ciências humanas.

Referências bibliográficas: Foram utilizadas 19 referências, sendo alguns trechos citados na íntegra.


A primeira questão acadêmica abordada pelo texto é a especialização das áreas, as diferenças. A forma como hoje em dia o conhecimento é cada vez mais focado, direcionado, subdividido. E como as características de cada uma dessas subdivisões são rígidas e específicas, causando um enorme desconforto, pois essa formatação imutável não é possível. Um exemplo interessante é a dissociação do pensamento filosófico da religião, do misticismo, da mitologia, como condição básica do pensamento científico, o que não ocorria com os gregos, grande filósofos que muito se baseavam na mitologia.

A segunda questão é justamente o contraponto da primeira, a prova de que tal subdivisão engessada não é viável. A mostra de que ciência e arte se misturam, coexistem. Que as fronteiras são facilmente transponíveis, que as diversas áreas de conhecimento se mesclam, se completam. A exemplificação fica por conta da declaração de que todos os textos são narrativas, ainda que de diferentes estilos, utilizando diferentes figuras de linguagem, metáforas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Atividade 4 - Relevância Temática

Antes de postar os trabalhos que considerei relevantes, tenho algumas considerações a fazer.

A biologia é uma área de pesquisa básica. Muitos trabalhos servem de base para outros trabalhos aplicados, de resultado mais imediato, mas eles próprios são trabalhos de pouca relevância para a sociedade a curto prazo, apesar de a relevância a longo prazo ser muito grande. Em compensação, ainda na área de biológicas, temos os trabalhos de Medicina. Os resultados são muito mais palpáveis, imediatos. E mais compreendidos pela sociedade, que muitas vezes não compreende a pesquisa básica.

Estou um pouco afastada da área acadêmica, e com intenções de mudar o foco da minha pesquisa no momento que iniciar um mestrado. Tenho interesse em trabalhar com genética, mas com uma aplicação interdisciplinar. Gostaria de entrar pra área de Aconselhamento Genético, cujo conceito interdisciplinar no Brasil ainda é pouco aplicado.

Os trabalhos que selecionei refletem, portanto, essas considerações. As características da biologia e os meus interesses futuros me levaram a escolher trabalhos da Medicina que, se devidamente aplicados, acredito que serão de grande relevância à sociedade brasileira.

Investigação de paternidade e identificação humana: uma proposta metodológica.
Escolhi este trabalho porque acredito que uma análise acurada das técnicas utilizadas seja de extrema importância para a obtenção de bons resultados tanto na área forense quanto na área de testes de paternidade. É uma tecnologia cuja importância aumenta a cada dia.

Avaliação qualitativa dos aspectos psicológicos do aconselhamento genético através do estudo prospectivo do atendimento das famílias.
Considerando a reduzida quantidade de grupos – multidisciplinares ou não – de aconselhamento genético no país, acredito que esse trabalho seja bastante relevante por mostrar a qualidade e os bons resultados atingidos com esse tipo de trabalho. Também ressalto a importância das sugestões finais, de manter uma equipe realmente multidisciplinar, não se esquecendo de incluir psicólogos e grupos de apoio para auxiliar as famílias envolvidas.

Considerações a respeito do uso da internet como ferramenta de busca de informações sobre doenças genéticas.
Encerro minha seleção de trabalhos com esse pois acredito que o Dr. Google está muito em voga atualmente. Apesar de o trabalho ser sobre doenças genéticas, mais especificamente Fendas Labiopalatais, enxergo que possa se aplicar a muitas outras áreas da medicina. Muitos leigos, e outros nem tanto, consultam a internet em busca de informações acerca de doenças. E muitas vezes as respostas encontradas são incompletas ou não confiáveis, ou demoradas, como descritas no trabalho. É preciso aumentar a disponibilidade de material relacionado às doenças na internet, em sites confiáveis, em português simples e direto, com pessoas que possam responder de forma mais imediata as dúvidas existentes.

Reforço que a relevância só se fará visível se o trabalho for efetivamente aplicado. A pesquisa pode ser fantástica, mas se não derem o devido valor, corre o risco de cair no esquecimento e em nada afetar a sociedade...