sexta-feira, 27 de março de 2009

Atividade 3.2 - Textos Descritivo e Argumentativo sobre o Trabalho

Texto descritivo:

As expressões artísticas do trabalho são tocantes. A pintura “Café” de Portinari é sóbria não só pelo assunto tratado como pelas cores escolhidas. Os tons de marrom e a pouca luz retratam a opressão dos “trabalhadores” de forma fidedigna, complementado pelo corpo arqueado dos que carregam as pesadas sacas de café nas costas.
A música Construção de Chico Buarque, por sua vez, parece mais alegre. As proparoxítonas ao fim de cada verso, no entanto, conferem um aspecto carregado à canção. A trágica história do trabalhador da construção é relatada de forma mágica tocando o próximo pela forma única como é contada. E o cantor parece bêbado ao cantar a história novamente de forma trôpega, trocando as últimas palavras de cada verso.


Texto argumentativo:

O salário mínimo é definido como o mínimo necessário para um indivíduo adulto suprir suas necessidades básicas. Primeiro é necessário considerar que o indivíduo adulto que recebe um salário mínimo muitas vezes tem de sustentar a si mesmo e a outras pessoas. Segundo, é preciso se levar em conta o que são essas necessidades básicas. O salário mínimo permite que se sobreviva ou que se leve uma vida digna?
Considerando o custo de vida, os hábitos de consumo e o comportamento do povo brasileiro, tal salário mínimo é aquém das reais necessidades dos trabalhadores e suas famílias. Muitos brasileiros estão sempre endividados, não conseguem honrar suas contas e seus compromissos. Obviamente cada pessoa deve aprender a administrar seu próprio dinheiro e a encaixar seus desejos e anseios dentro de seu poder aquisitivo, mas também cabe ao governo reconsiderar os custos de vida tais custos básico, seja provendo de forma mais justa e mais os auxílios disponíveis (saúde, educação básica de qualidade) ou aumentando os salários.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Atividade 3.1 - Sensações e percepções do Trabalho

Interessante como um mesmo tema pode ser tão amplamente abordado e despertar tantas impressões e sensações diferentes. Mesmo porque, a mesma “palavra” pode querer dizer várias coisas diferentes. Consultando o dicionário, a palavra trabalho apresenta mais de 20 definições, que achei interessante acrescentar ao texto à medida que forem pertinentes.

Lendo o decreto-lei, senti-me incomodada. Não gosto de textos jurídicos, da linguagem formal e complexa, do “juridiquês”. De que adianta ter as leis escritas de forma tão pomposa que o povo nem consegue ler? Não sou contra leis. Ao contrário, acho que são necessárias e acho que é dever de todos nós respeitá-las. Mas acho que deveriam ser mais acessíveis aos cidadãos comuns. Deveriam ser de fácil leitura, de fácil entendimento e sem ambigüidades, geradas pela linguagem difícil.
Neste contexto, o trabalho seria “atividade profissional regular, remunerada ou assalariada”, e o discutido nesse texto é justamente a remuneração, o salário mínimo. Este é conceituado como o menor valor que se pode pagar a um trabalhador pelo seu trabalho de um mês. Em teoria, este valor supre as necessidades do dia-a-dia do trabalhador, como alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. A questão que fica é: supre mesmo? Mas essa discussão fica pra outro texto.

Lendo o texto seguinte, veio o cansaço, o tédio. Segundo o Houaiss, o trabalho no conceito físico é “grandeza que pode ser definida como o produto da magnitude de uma força e a distância percorrida pelo ponto de aplicação da força na direção desta”. Eu diria na verdade que deu trabalho – “esforço incomum; luta, lida, faina” – ler e compreender tal texto. Provavelmente alguns de meus colegas de disciplina discordem e digam que tal trabalho se aplica ao ler textos de biologia molecular e técnicas de laboratório...

A tela de Portinari, por sua vez, despertou asco, vergonha. O trabalho entra aqui como “conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim”. No caso, talvez para evitar determinado fim – castigos, punições, morte. Isso é passado, hoje existe inclusive o decreto-lei definindo regras acerca do salário mínimo. Mas está tudo tão mudado mesmo? Ainda existe muita gente em muito lugar trabalhando como escravo, em sentido figurado, ou mesmo literal. E também devemos levar em conta a discriminação que restou desse período...

Por fim, ao ouvir a música de Chico Buarque, lembrei-me da minha infância, das muitas canções de MPB que escutava. Aproveitei-me do YouTube para ouvir novamente várias delas, enquanto pensava na “Construção”. Tal construção seria o trabalho no sentido do “exercício dessa atividade” e do “local onde é exercida tal atividade”.
A música desperta uma sensação de impotência diante de fatos corriqueiros da vida. A morte de um trabalhador, um acidente (?) de trabalho. A vida das outras pessoas continua, sendo apenas levemente perturbada por aquele corpo inconveniente no meio da rua. E a viúva? E as crianças órfãs de pai? E os pais que perderam o filho? Já não basta a trágica morte de uma pessoa, diversas outras vidas são afetadas profundamente, nunca mais serão as mesmas.
As proparoxítonas fechando cada verso dão uma melodia e um impacto incrível à música. A repetição da mesma seqüência de fatos com tais proparoxítonas trocadas faz uma releitura muito interessante do caso relatado. E afinal, o que aconteceu? Ele estava bêbado? Sonhando acordado? Dançando para afugentar o tédio do dia-a-dia? Cabe a cada um interpretar da forma que melhor lhe convier.

Como bióloga, o trabalho é um pouco de cada uma das definições citadas. Acrescentaria também “tarefa a cumprir; serviço”. Acredito que seja a realidade em várias outras carreiras, mas existe um abismo muito grande entre o trabalho que é pago, reconhecido, avaliado, do que é efetivamente feito. Como professor, por exemplo, o tempo em casa preparando aula, corrigindo provas, as noites de sono perdidas por preocupação com os alunos, não é considerado. Como pesquisador, as noites em claro realizando experimentos, as horas despendidas lendo artigos também não são contabilizadas. Mas o amor pelo que se faz, compensa. Compensa?...

Referência:
Dicionário Eletrônico Houaiss - Versão 2.0.5.0 - Editora Objetiva

Atividade 3 - Comentários dos trabalhos de colegas sobre Lattes

O toque pessoal no texto de Lattes foi o que me chamou a atenção nos textos dos colegas.
O fato de fazerem um relato resumido da vida do cientista, entremeado de adjetivos, opiniões pessoais, fez com que o texto ficasse muito mais interessante do que um simples relato.
Por esse motivo, deixei comentários nos blogs de Lícia e de Guilherme Barbosa.
Escolhi o de Maria Luiza pelo cuidado com as referências e pelas informações curiosas que traz.

sábado, 21 de março de 2009

Atividade 2.3 - Texto explicativo sobre modalidades de textos científicos

Todos os textos científicos têm como função divulgar o conhecimento para um maior número de leitores. É uma ordenação dos pensamentos e fatos de forma linear e expositiva de modo que terceiros possam assimilar a nova técnica, a nova teoria, o novo resultado. Por sua característica “científica” o texto científico exige um conhecimento aprofundado do escritor sobre o assunto, exige inclusive comprovações daquilo que se declara, na forma de referências bibliográficas.
Neste texto, tenho a intenção de diferenciar três tipos de textos científicos: o Relatório, o Artigo e o Ensaio. Antes de iniciar, no entanto, é importante ressaltar que, como bióloga, os exemplos que darei e as descrições que farei se encaixam em minha área de conhecimento, podendo variar quando se tratando de textos da História ou da Engenharia, por exemplo.

Relatório
Quando ingressamos no mundo acadêmico, o primeiro tipo de texto científico com que temos contato é o Relatório Científico. É a forma de colocar no papel nossos passos nos primeiros projetos que realizamos. O relatório nada mais é do que um relato dos nossos feitos. Geralmente o relatório é uma “prestação de contas” àquele que nos orientou/ensinou (professor em uma disciplina) ou financiou (agência de fomento). Pode ser um relatório parcial ou final, ser referente a um projeto pessoal ou fazer parte de um projeto maior.
O relatório é iniciado, portanto, por uma Introdução do tema e do projeto, sua importância, seus objetivos. Após contextualizar o leitor, começa-se o relato que dá nome ao documento. São descritos os Materiais utilizados no trabalho e os Métodos, técnicas com que se realizaram os experimentos, análises, etc. É importante detalhar os procedimentos para que seja possível a repetição dos experimentos àquele que interessar.
Os Resultados obtidos em cada etapa do trabalho devem ser relatados e, posteriormente, discutidos. Isso pode ser feito na mesma seção ou em uma seção separada. A Discussão compara o que foi obtido com aquilo que era esperado. Esta parte do trabalho é de extrema importância, pois exige extensa pesquisa bibliográfica para explicar os sucessos e os insucessos do projeto. Identificar o que houve de errado – se houve – quais as novas atitudes a serem tomadas para resolver possíveis problemas e as explicações para aquilo que se obteve, quando diferente do esperado. Todos os trabalhos consultados devem ser listados em forma de lista na seção de Referências Bibliográficas, ao fim do relatório.
O relatório é finalizado por uma Conclusão, resumindo o conhecimento adquirido, descrevendo sua importância para a comunidade científica e indicando novos passos a serem tomados para dar continuidade ao trabalho.

Exemplos:
- Biotecnologia Aplicada em Humanos: Diagnóstico de Doenças Genéticas e o Processo de Identificação Cível e Criminal
- Estudo e Desenvolvimento de Interface Gestual para Composição Interativa


Artigo Científico
O artigo é o objetivo final de um pesquisador quando realiza um projeto, pois é a forma de divulgar seu trabalho, seus resultados, suas conquistas ao meio científico. É, inclusive, uma forma – bastante controversa – de avaliar a qualidade do pesquisador.
O público alvo de um artigo é bem mais amplo que o de um relatório e a intenção do artigo é a divulgação científica, a transmissão do conhecimento. Existem diversas revistas, anais, periódicos onde são publicados os artigos, e um importante fator no momento de publicar um artigo é justamente a escolha do meio de publicação. São levados em conta o tema, o impacto, o público alvo, os critérios da publicação.
A estrutura geralmente não difere muito da do relatório sendo, no entanto, bem mais resumido e podendo focar apenas em uma parcela do trabalho. Um mesmo projeto por ser subdividido em diversos artigos. São estas publicações que serão, posteriormente, usadas como referência para outros trabalhos de outros pesquisadores, sendo citados por estes outros trabalhos sempre que consultados.

Exemplos:
- A Investigação Genética na Surdez Hereditária Não-Sindrômica
- Variabilidade Genética em Populações de Milho de Ciclo Superpercoce.I. Estimação de Parâmetros Genéticos


Ensaio
O ensaio acadêmico, assim como o artigo científico, é uma forma de exposição do trabalho do pesquisador. A diferença reside no fato de o ensaio não se tratar de um relato de experiências práticas, e sim da opinião do autor acerca de determinado assunto. Assim como os dois outros tipos de textos científicos aqui discutidos, o ensaio exige extensa pesquisa bibliográfica, mas as conclusões do autor são pessoais. Apesar de não exigir uma bibliografia para “comprovar” seu ponto de vista, é necessário que o autor expresse suas idéias, seu ponto de vista, seus argumentos de forma lógica e coerente. Um título criativo e um ponto de vista inovador são interessantes para causar maior impacto.
Esse tipo de texto também é iniciado por uma Introdução, onde o autor contextualiza o assunto, com base na bibliografia pesquisada. É também na introdução que o autor expõe a idéia que irá defender em sua dissertação. O ensaio é então estruturado da forma que melhor convier ao autor, não apresentando seções específicas. O texto pode ser finalizado com uma Conclusão, Considerações Finais, ou equivalente. Os artigos consultados são listados nas Referências Bibliográficas, assim como o relatório e o artigo.

Exemplos:
- O Nascimento da Biologia Molecular: Revolução, Redução e Diversificação – um ensaio sobre modelos teóricos para descrever mudanças científicas.
- O Respeito à Pessoa Humana e a Polêmica da Identidade Pessoal e Genética do Ser Clonado.

Atividade 2.2 - Considerações sobre o Trabalho de César Lattes

O renomado cientista brasileiro Cesare Mansueto Giulio Lattes (11 de julho de 1924 – 8 de março de 2005), internacionalmente conhecido como César Lattes, foi um pesquisador de extrema importância para a ciência brasileira e mundial. Há quem diga que “a história do cientista confunde-se com a história da ciência no Brasil e no mundo”.
Merecedor de dois prêmios Nobel, não tendo sido agraciado com nenhum, Lattes passou diversas temporadas no exterior, não deixando, no entanto, de contribuir grandemente para o avanço da ciência em seu país natal. Como co-descobridor do méson pi - graças à sua pesquisa conjunta com o orientador Cecil Frank Powell e o colega Giuseppe Occhialini na Universidade de Bristol, Inglaterra, e seus experimentos realizados em uma estação meteorológica localizada a 5600 metros de altitude no Monte Chacaltaya, há 20km de La Paz, Bolívia - publicou um artigo na Nature em 1947 como primeiro autor, mas viu o Prêmio Nobel ser entregue ao orientador da equipe, sem menção ao seu nome ou sua participação.
Seu segundo Nobel lhe escapou das mãos quando, após detectar a produção artificial do méson pi, até então só detectado na natureza, no Radiation Laboratory na Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA, em companhia de Eugene Garden, viu o mesmo falecer em decorrência dos trabalhos na bomba atômica. “Não se dá o prêmio Nobel para um morto”, disse Lattes.
Nada disso, porém, afastou-o da carreira científica. Além de suas descobertas e pesquisas acadêmicas, Lattes foi de extrema importância na criação do Centro Brasileiro de Estudos de Física, em 1949, no Rio de Janeiro, ao qual continuou vinculado até sua morte; do Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq (hoje Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em 1951; do Instituto de Física Gleb Wataghin, na UNICAMP em 1967, junto de seu antigo orientador; e de diversos outros laboratórios e instituições de pesquisa.
Teve reconhecimento, ainda que não da organização sueca que concede o Nobel, de diversas organizações privadas e oficiais no Brasil e no exterior, tendo sido agraciado com diversas homenagens, prêmios, títulos. Retratando simplicidade, orgulha-se particularmente de homenagens prestadas por municípios brasileiros que dão seu nome a escolas, bibliotecas, praças, ruas. Como homenagem póstuma da UNICAMP, que também lhe deu o título de Doutor Honóris Causa, a Biblioteca Central da universidade recebeu seu nome em cerimônia realizada um ano após sua morte.
Graças à atuação de César Lattes, diversos centros de pesquisa em Física no Brasil são internacionalmente reconhecidos pela qualidade de seus trabalhos. E é interessante observar como o não reconhecimento máximo internacional, na forma do Nobel, não atrapalhou seus trabalhos e seus investimentos no Brasil. Para Lattes, foi importante elevar a pesquisa em Física, e em outras áreas, no país e ver seu nome na boca dos brasileiros agradecendo-o por sua inestimável dedicação á ciência.

Referências consultadas:
A César o que é de Lattes – UNICAMP – Sala de Imprensa – Jornal da UNICAMP
César Lattes
César Lattes – Wikipédia, a enciclopédia livre
Cesare Mansueto Giulio Lattes – Membros da ONMC
Cesare Mansueto Giulio Lattes, o César Lattes
Histórico de César Lattes
Quem é César Lattes? – Plataforma Lattes

segunda-feira, 16 de março de 2009

Atividade 2.1 - Comentário sobre o Memorial de uma colega

A colega que escolhi para postar meus comentários foi Gabriela Zanotto Bosshard.
Minha justificativa, assim como meus pontos em comum e minha apreciação pelo seu texto estão em seu blog.

sábado, 14 de março de 2009

Agradecimentos

Gostei das teses e dissertações como exemplo de memórias, e resolvi me arriscar.
Se um dia eu vier a escrever uma tese, serão estes os agradecimentos.


Aos meus pais, sem os quais não estaria aqui. Aqui no planeta Terra, no Brasil, na UNICAMP. Pelo lugar onde nasci, pela educação que recebi e por todas as oportunidades que me foram – e ainda me são – dadas. Pelo pulso firme, pelas regras incomuns que muitas vezes questionei – algumas ainda questiono – mas que certamente fizeram de mim alguém melhor, e um pouco mais difícil de lidar.
À minha irmãzinha, que me ensinou a dividir, a ser menos chata e menos mimada. Não pelas chateações quando era criança, mas pelo companheirismo de hoje, pela super amiga que virou agora que está maior que eu. Pena que foi pra tão longe...
À Lídia, “irmã” desde os quatro anos de idade. Por acompanhar minha vida, ainda que à distância, e por continuar minha amiga mesmo depois do nosso “divórcio”.
Aos professores que tive, à maioria deles, ao menos. Aqui não me cabe colocar os nomes, mas agradeço aos que de alguma forma me mudaram. Pelo apoio, pela torcida, e pelo orgulho que sentiram quando conquistei o que tanto almejava.
A todos os amigos que participaram de minha vida em diversas fases. Aos da Califórnia, de muitos nem lembro o nome. Ao Andy, que certamente nunca lerá isto, a não ser que eu traduza. Aos coleguinhas do JIP, do ISJ, do Anglo – já não tão -inhas – e aos da UNICAMP – que de -inha era só eu. Aos Amigos do Edge. Aos que ficaram. Aos que perdi contato. E aos que não voltam mais...
Às pessoas com quem morei. Meus pais, minha irmã, minha “irmã”, Casa do Edge, e as meninas da Espanha. Por terem me aguentado – ou não.
Aos companheiros no CAEB. Um dos meus maiores feitos. E deles também!
Aos chefes que tive até agora. Do Gilberto no Course 15, ao Rod no Brasas, que atualmente me acompanha. Sem esquecer de mencionar a Ana Maria, no Lab Animal e a Sílvia e a Magdalena, na Wizard.
Aos colegas em todos esses trabalhos. Em especial ao Lab de Genética, Animal! Um dos períodos mais marcantes da minha vida. Certamente onde mais cresci.
Às famílias Carrara e Morita, que sempre torceram por mim.
Aos meus avós maternos, por me “sugerirem” a medicina, mas aceitarem minhas escolhas. E por serem excelentes companheiros de viagem!
E, obviamente, ao Plinio. Meu amigo, companheiro, namorado, noivo, marido, amante, cozinheiro, quebra-galho, “handyman”, consultor de assuntos aleatórios. Pela companhia, pelo apoio. Por estar sempre ao meu lado. Por aturar meus bons e maus dias. Por sempre confiar em mim, muito mais do que eu mesma.
E por me aceitar assim, do jeitinho que todos me fizeram...

Aqueles que passam por nossas vidas, nunca se vão completamente.
Deixam um pouco de si e levam um pouco da gente.

- Adaptação de frase atribuída a Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 9 de março de 2009

Analisando o memorial (ou suas referências)

Como nossa primeira atividade, temos de escrever um memorial de nossa vida acadêmica. E nos disponibilizaram um vasto material de consulta para nos referenciar nesta escrita.
Quero, aqui, fazer uma “análise” deste material.
O CLE da UNICAMP, o Canal Ciência, o Domínio Público e o Wikipédia trazem textos em terceira pessoa, bastante narrativos, um pouco descritivos e nada emotivos. Contam um pouco da vida pessoal dos cientistas (quando o fazem) e focam na carreira acadêmica, o que é de se esperar visto que se trata de um memorial acadêmico. Algumas das biografias são mais detalhadas, com um cronograma de feitos, conquistas, prêmios, descobertas dos cientistas; outras citam apenas aquilo que os fizeram famosos.

O último item me chamou a atenção: as “memórias” dos autores em suas teses de mestrado e doutorado.
Nesses casos, as “memórias” são escritas na forma dos Agradecimentos. Tais textos são em primeira pessoa, pouco narrativos e, principalmente, carregados de emoção. Não é possível conhecer a fundo a vida da pessoa. Nem no âmbito pessoal, tampouco no acadêmico. Mas vemos uma pincelada das várias pessoas que “compuseram” a pessoa que ali escreve.

Por fim, antes de escrever o que efetivamente devo, fico intimidada. Não tenho histórico, feitos, títulos, background, enfim, uma carreira, para escrever tal memorial. Mas já que faz parte da disciplina...

Atividade 1 - Memorial Acadêmico

Priscila Carrara nasceu dia 19 de janeiro de 1984, primogênita dos brasileiros Sidney Luiz Alessi Carrara e Sonia Regina Alves Carrara, em Palo Alto, Califórnia – Estados Unidos da América, o que lhe conferiu a incomum situação de dupla-cidadania – Brasileira e Estadunidense (Americana, Norte-Americana). Tendo vivido nos Estados Unidos até 1988, teve uma “alfabetização” bilíngüe, com seu pai conversando com ela em inglês, e a mãe, em português. Durante esse período vivido nos EUA, frequentava três manhãs por semana a casa de uma moça que cuidava de crianças e nas outras duas, uma escolinha da Universidade de Stanford, a Bing Nursery School.

De volta, ou vindo, ao Brasil em 1988, estudou por alguns meses na Escola Monteiro Lobato, e depois ingressou no Jardim de Infância Pequenópolis, carinhosamente apelidado de JIP. Lá conheceu sua melhor amiga de longa data, Lídia, e deu seus primeiros passos no mundo “acadêmico”, aprendendo a ler. Nesse meio tempo, ganhou sua irmãzinha, Patrícia. Foi também oradora na formatura do pré-primário (a escola não oferecia ensino fundamental).

Em 1992, iniciou seus estudos no Ensino Fundamental no Instituto São José, colégio de freiras muito tradicional na cidade, onde sua mãe e suas tias haviam estudado. Não sendo de família católica praticante, e tendo sido batizada aos sete anos de idade por insistência de sua tia e sua avó, nunca se adaptou às regras e doutrinas do colégio católico. Em 1995, depois de muitas brigas com a escola, foi transferida para o Colégio Cassiano Ricardo, que segue o material didático do Sistema Anglo de Ensino.

Da quarta série até o fim do Ensino Fundamental, no novo colégio, Priscila teve uma boa adaptação e foi aceita pelo que era: por seus questionamentos, sua família não religiosa, seus pais participativos na educação. No Ensino Médio, continuou no mesmo colégio, onde estudou até o fim de sua educação básica, em São José dos Campos.

Durante seu período no Anglo, participou de diversas olimpíadas de matemática, tendo conseguido Menção Honrosa por seu oitavo lugar na Olimpíada Ibero-Americana de 1997 e primeiro lugar na Olimpíada Regional de 2000 realizada na ETEP. Por estes feitos, e por seu histórico familiar (pai e avô materno formados pelo ITA, e mãe engenheira), acreditava-se que seguiria carreira nas ciências exatas e tal foi o espanto que causou quando escolheu a carreira de biológicas.

Desde nova, a pequena Priscila (nunca passou de 1,56cm) tinha o “sonho” de voltar a Stanford para fazer faculdade. Por empecilhos tanto de ordem financeira, quanto de ordem pessoal, não foi possível concretizar tal idéia, abrindo espaço para o segundo sonho: estudar na UNICAMP. Ingressou em 2003 no curso de Ciências Biológicas, após um tempo de dúvida entre a carreira de Bioquímica e de Biologia, e de pressão familiar (avós e tios) pela carreira de Medicina.

Em outubro de 2003, por obra do acaso, virou monitora do VI Congresso Aberto aos Estudantes de Biologia (VI CAEB). Foi o primeiro passo para uma empreitada que se tornou “a maior dor de cabeça” – e a maior conquista – de sua vida acadêmica. O VII CAEB em 2005, do qual foi coordenadora financeira, teve mais de 1000 congressistas de todo o país e elogios de diversos professores e palestrantes.

Em meio aos preparativos para o VII CAEB, em agosto de 2004, iniciou seu estágio no Laboratório de Genética Animal, aonde chegou por meio da disciplina BG380. Teve a oportunidade de ser, por duas vezes, auxiliar didática de tal disciplina, em paralelo ao sue projeto de iniciação científica. Foi remunerada por uma bolsa de IC da FAPESP de maio de 2005 a abril de 2006, seguido de um estágio financiado pela IAEA no período de agosto de 2006 a janeiro de 2007, ainda no mesmo laboratório. Aprendeu muito sobre a vida científica, suas cobranças, suas dores e delícias. E percebeu que não era isso que esperava da vida. Graduada bióloga ao fim de 2006, estava com mais dúvidas do que respostas.

Em janeiro de 2007, casou-se com Plinio, companheiro desde 2001. Mudaram-se para a Espanha onde ela tirou um “sabático” e aproveitou para descansar e conhecer cada cantinho da Europa durante os 8 meses e meio que passou por lá. Ao retornar ao Brasil e a Campinas, começou a ministrar aulas de inglês e manteve seu vínculo com o universo acadêmico fazendo disciplinas esporádicas na UNICAMP, como aluna reingressante.

Apaixonada pelas aulas de inglês, e ainda cheia de dúvidas, Priscila segue lecionando sua língua materna (ou seria paterna?), agora residindo novamente em São José dos Campos. Tem planos de morar fora do país novamente, quem sabe voltar à terra natal, mas continua levando seu dia-a-dia tranqüila com a certeza de que suas dúvidas serão solucionadas pelo tempo.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como começo?

Parte da, senão toda a, disciplina AM038 é fazer este blog.
E, além das atividades obrigatórias, devo registrar aqui minhas impressões, análises, relatos das atividades realizadas, dos processos que as envolveram.
Não vejo, portanto, forma melhor de começar senão pensando alto (escrito) sobre o que devo fazer aqui.
Sei que a intenção é algo científico, mais formal, afinal é uma disciplina, não meu diário.
Mas não gostaria de fazer algo muito sério, impessoal.
Espero encontrar o meio termo. Alcançar a seriedade que o registro científico requer, atendendo às exigências das atividades nos pedidas, sem perder a leveza e o toque "pessoal".
Quando me conhecem, as pessoas dizem que sou séria. Intimido.
A verdade, é que cada vez mais levo a vida na brincadeira.
Cumpro minhas obrigações, minhas promessas (quase todas), mas sou eu mesma.
E até agora, deu certo...